Sobre a constituição da noção de frame televisual (ou Analisando conceitualmente as reconfigurações nos modos de assistir TV)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18568/cmc.v14i41.1444

Palavras-chave:

Televisão, Reconfiguração, Experiência, Frame televisual

Resumo

Assistir televisão assume, na contemporaneidade, novos significados: os modos de ver TV têm sido reconfigurados, ultrapassando o ato de acompanhar conteúdos veiculados em “fluxo” (Williams) pelas emissoras. A partir da premissa da existência de um frame (Gumbrecht) e observando a noção de limites da imagem (Aumont), é proposta a potencial definição do que seria um frame televisual associado a uma nova experiência de TV. Englobando tanto uma expansão da tela quanto uma ampliação do tempo de veiculação, o frame televisual compreenderia o espectador, o televisor e os gadgets associados aos novos modos de ver televisão, constituindo uma atmosfera. O contexto sugerido é exemplificado pela articulação da participação da audiência com a veiculação dos conteúdos no reality show de gastronomia MasterChef Brasil.

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Biografia do Autor

Caroline Cavalcanti de Oliveira, FAE Centro Universitário / FAE Business School

Docente na FAE Centro Universitário (em Publicidade e Propaganda, Design e Letras), e na FAE Business School (especialização em Comunicação On-line). Doutoranda em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná. Bolsista PROSUP/CAPES na modalidade Taxa desde abril/2017.

Carlos Eduardo Marquioni, Universidade Tuiuti do Paraná

Docente do PPGCom da Universidade Tuiuti do Paraná/Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas/Pró-Reitoria de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão. Doutor em Comunicação e Linguagens pela UTP. É coordenador do grupo de pesquisa TECA (Tecnologia: Experiência, Cultura e Afetos) registrado no CNPq e vice-coordenador do GP Estudos de Televisão e Televisualidades da Intercom.

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Publicado

2017-12-15

Como Citar

Oliveira, C. C. de, & Marquioni, C. E. (2017). Sobre a constituição da noção de frame televisual (ou Analisando conceitualmente as reconfigurações nos modos de assistir TV). Comunicação Mídia E Consumo, 14(41), 195–214. https://doi.org/10.18568/cmc.v14i41.1444