A publicidade contemporânea e o paradigma da perversão
DOI:
https://doi.org/10.18568/cmc.v11i30.478Palavras-chave:
Publicidade, Consumo, Perversão, Fetichismo, VerleugnungResumo
A partir do modelo psicanalítico da estrutura perversa, cujo mecanismo fundamental é a Verleugnung (desmentido), o artigo propõe-se a articular as características mais gerais da publicidade contemporânea. Destacam-se, entre elas, a cumplicidade com o consumidor, a sutileza da mensagem, a ocultação da falta pelo fetiche, a mudança no papel da autoridade, a ilusão de onipotência do consumidor, o deslocamento de ênfase do desejo para o gozo, a normalização da transgressão e a plasticidade da identidade.Downloads
Referências
BARTHES, R. Mitologias. 6. ed. São Paulo: Difusão, 1985.
BAUDRILLARD, J. O sistema dos objetos. São Paulo: Perspectiva, 1973.
BRENNAN, T. History after Lacan. London and New York: Routledge, 1993.
DAVID, A. L’iPod. In: GARCIN, J. (Ed.). Nouvelles mythologies. Paris: Seuil, 2007. p. 48-50.
DELEUZE, G. Pourparlers: 1972-1990. Paris: Minuit, 2003.
FOUCAULT, M. História da sexualidade: a vontade de saber. 5. ed. Rio de Janeiro: Graal,
v. 1.
FRANK, T. C. The conquest of cool: business culture, counterculture, and the rise of hip
consumerism. Chicago and London: University of Chicago Press, 1997.
FREUD, S. Fetichismo. In: . Edição standard brasileira das obras psicológicas
completas. Rio de Janeiro: Imago, 1974. v. 21, p. 173-185.
KLEIN, N. No logo: taking aim at the brand bullies. 3. ed. New York: Picador, 2010.
LACAN, J. Intervention sur l’exposé de M. de Certeau “Ce que Freud fait de l’histoire. Note
à propos de ‘Une névrose démoniaque au XVIIe siècle’”, Congrès de Strasbourg, le 12
octobre 1968. Lettres de L’École Freudienne, Paris, n. 7, p. 84, 1969.
. Of structure as an inmixing of an otherness prerequisite to any subject whatever.
In: MACKSEY, R.; DONATO, E. (Eds.). The languages of criticism and the sciences
of man: the structuralist controversy. Baltimore and London: Johns Hopkins University
Press, 1970. p. 186-195.
. Discours de Jacques Lacan à l’Université de Milan le 12 mai 1972. In:
. Lacan in Italia 1953-1978. En Italie Lacan. Milan: La Salamandra, 1978.
p. 32-55.
. Autres écrits. Paris: Seuil, 2001.
LEARS, T. J. J. From salvation to self-realization: advertising and the therapeutic roots of
the consumer culture, 1880-1930. In: FOX, R. W.; LEARS, T. J. J. (Eds.). The culture of
consumption: critical essays in American history 1880-1980. New York: Pantheon, 1983.
p. 1-38.
LEBRUN, J.-P. La perversion ordinaire: vivre ensemble sans autrui. Paris: Denoël, 2007.
MANNONI, O. Clefs pour l’Imaginaire ou l’Autre Scène. Paris: Seuil, 1969.
MILLER, J.-A. Liminaire. Ornicar?, Paris, n. 29, p. 5-6, 1984.
SALECL, R. On anxiety. London and New York: Routledge, 2004.
TOSCANI, O. A publicidade é um cadáver que nos sorri. 3. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.
VEBLEN, T. The theory of the leisure class: an economic study of institutions. New York: B.
W. Huebsch, 1918.
ŽIŽEK, S. The plague of fantasies. London and New York: Verso, 1997.
. The fragile absolute or, why is the Christian legacy worth fighting for? London
and New York: Verso, 2000.
. For they know not what they do: enjoyment as a political factor. London and
New York: Verso, 2002.