Cultura terapêutica e Nova Era: comunicando a “religiosidade do self”

Autores

  • Bruno Campanella Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Mayka Castellano Universidade Federal Fluminense - UFF

DOI:

https://doi.org/10.18568/cmc.v12i33.821

Palavras-chave:

Nova Era, cultura terapêutica, autoajuda, self

Resumo

Neste artigo, analisamos as articulações da chamada cultura terapêutica com as práticas de consumo cultural e midiático ligadas à Nova Era. No Brasil, o movimento, também conhecido como Era de Aquários, guarda estreita ligação com o ethos da autoajuda e fornece indicativos das formas contemporâneas de relação com o sagrado, que colocam em primeiro plano o self e a busca por autorrealização.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruno Campanella, Universidade Federal Fluminense - UFF

Professor do departamento de Estudos Culturais e Mídia da UFF e professor do PPGCOM da mesma universidade. Doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ e mestre em Comunicação Transnacional e Mídia Global pelo Goldsmiths College, University of London.

Mayka Castellano, Universidade Federal Fluminense - UFF

Doutora e mestre em Comunicação e Cultura pelo PPGCOM da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ). Atualmente, é bolsista da Faperj de pós-doutorado na mesma instituição.

Referências

BARBOSA, L. Igualdade e meritocracia. Aética do desempenho nas sociedades moder¬nas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

BECK, U. World risk society. Oxford: Blackwell, 2001.

___; GIDDENS, A.; LASH, S. Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna. São Paulo: Unesp, 1997.

CASTELLANO. M. Sobre vencedores e fracassados: a cultura da autoajuda e o ima¬ginário do sucesso. 2014. 191 f. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura). Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

CRUZ, M. R. Contracultura e religiões alternativas. Disponível em: http://www.ifch.unicamp.br/graduacao/anais/mareska_cruz.pdf. Consultado em maio de 2010.

DUARTE, L. F. D.; CARVALHO, E. N. de. Religião e psicanálise no Brasil contemporâ¬neo: novas e velhas Weltanschauungen. Revista de Antropologia. São Paulo, v. 48, n. 2, p. 473-500, 2005.

FREIRE FILHO, J. “Autoestima é tudo!”: anotações para um Dicionário de ideias feitas sobre a felicidade. In: ___; RIBEIRO, A. P. G.; HERSCHMANN, M. (Orgs.). Entre¬tenimento, felicidade e memória: forças moventes do contemporâneo. Rio de Janeiro: Anadarco, 2012.

FREIRE FILHO, J. Fazendo pessoas felizes: o poder moral dos relatos midiáticos. In: XIX ENCONTRODAASSOCIAÇÃONACIONALDOSPROGRAMASDE PÓS-GRADUAÇÃO(COMPÓS). Anais. Rio de Janeiro, 2010.

FREIRE FILHO, J.; CASTELLANO, M.; FRAGA, I. “Essa tal de sociedade não exis¬te...”: o privado, o popular e o perito no talk show Casos de Família. E-Compós, v. 11, n. 2, p. 1-20, 2008.

FUREDI, F. Therapy culture. Cultivating vulnerability in an uncertain age. Londres: Routledge, 2004.

GIDDENS, A. Modernity and self-identity. Stanford, CA: Stanford University Press, 1991.

ILLOUZ, E. Saving the modern soul. Therapy, emotions, and the culture of self-help. Los Angeles: University of California Press, 2008.

LASCH, C. A cultura do narcisismo: a vida americana numa era de esperança em declí¬nio. Rio de Janeiro: Imago, 1983.

LASH, S. Another modernity, a different rationality. Oxford: Blackwell, 1999.

LUCKMANN, T. The invisible religion. Nova York: Macmillan, 1967.

MAGNANI, J. O Brasil da Nova Era. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

MALUF, S. W. Os filhos de aquário no país dos terreiros: novas vivências espirituais no sul do Brasil. Ciências Sociais e Religião, Porto Alegre, v. 5, n. 5, p. 153-171, 2003.

MELO, J. M. et al. (Orgs.). Mídia e religião na sociedade do espetáculo. São Paulo: Universidade Metodista de São Paulo, 2004.

MILLS, C. The social geography of new age spirituality in Vancouver. 1994. 223 f. Tese (Doutorado em Geografia), Departamento de Geografia – The University of British Columbia, Vancouver, 1994.

RIEFF, P. The triumph of the therapeutic. Londres: Harper Collins Publishers, 1966.

RISÉRIO, A. Duas ou três coisas sobre a Contracultura no Brasil. In: ___ et al. Anos 70: Trajetórias. São Paulo: Iluminuras, 2005. p. 25-30.

RÜDIGER, F. Literatura de autoajuda e individualismo. Porto Alegre: UFRGS, 1996.

TAYLOR, C. A ética da autenticidade. Lisboa: Edições 70, 2009.

___. As fontes do self: a construção da identidade moderna. São Paulo: Loyola, 2005.

___. Uma era secular. São Leopoldo: Unisinos, 2010.

TERRIN, A. N. Nova Era: a religiosidade do pós-moderno. São Paulo: Loyola, 1996.

TUCKER, J. New Age religion and the cult of the self. Society, v. 39, n. 2, p. 46-51. jan.-fev. 2002.

VELHO, G. Individualismo e cultura. Notas parar uma antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987.

Publicado

2015-05-26

Como Citar

Campanella, B., & Castellano, M. (2015). Cultura terapêutica e Nova Era: comunicando a “religiosidade do self”. Comunicação Mídia E Consumo, 12(33), 171–191. https://doi.org/10.18568/cmc.v12i33.821

Edição

Seção

Artigos