Quando a imagem é corpo: modos de sobreviver à máquina colonial

Autores

  • Fernando Resende Universidade Federal Fluminense
  • Roberto Robalinho Universidade Federal Fluminense
  • Diego Granja Amaral Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.18568/cmc.v16i47.2107

Palavras-chave:

corpo, tempo, imagem, pós-colonial, sobrevivência

Resumo

Este artigo parte dos vestígios de uma escrava africana enterrada na região portuária do Rio de Janeiro e do filme “Era o Hotel Cambridge” (Brasil, 2016), sobre uma ocupação no centro de São Paulo, com o objetivo de discutir como a imagem configura um corpo a partir de situações liminares. A proposta é observar a emergência intermitente das imagens e daquilo que é relegado à posição de resto, rastro, e vestígio na estrutura do poder colonial. Dos ossos humanos, que clamam um acerto com um passado escravagista, ao esqueleto de um edifício abandonado pela especulação e reinventado como corpo político por refugiados e sem-tetos brasileiros, a imagem é a instância que conduz as demandas políticas no tempo. É a insistência de uma memória marginalizada, violentada, mas que recusa o apagamento. Como gesto de criação, persistência e (r)existência, a imagem nos serve como instrumento analítico para pensar contextos pós-coloniais e suas sobrevivências.

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Biografia do Autor

Fernando Resende, Universidade Federal Fluminense

Professor do curso de Estudos de Mídia e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação do Departamento de Mídia e Estudos Culturais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Professor da Cátedra João Guimarães Rosa de Estudos Culturais e da Comunicação no Brasil (Universität Tübingen, Alemanha). Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM/UFF). Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (2002), Pós-doutorado na School of Oriental and African Studies (SOAS - University of London - Inglaterra - 2013), Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (1995) e graduado em Comunicação Social - Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1988). Coordenador do [LAN] Laboratório de Experimentação e Pesquisa de Narrativas da Mídia. Coordenador local do Projeto "Literary Cultures of the Global South" (Universität Tübingen, Alemanha). Coordenador local do Erasmus Mundus Joint Doctorate - Cultural Studies in Literary Interzones (UFF/Bergamo/Tübingen/Perpignan/Delhi). Pesquisador PQ/CNPq com ênfase em teoria e estudos da Comunicação e do Jornalismo, atuando principalmente nos seguintes temas: jornalismo, discurso, narrativas, cultura, comunicação, alteridade, conflito e Oriente Médio. Pesquisador associado do Centre for Film and Media Studies e do Centre for Palestinian Studies da SOAS - University of London. Professor visitante na Universitè de Perpignan, França (Mestrado em Crossways Cultural Narratives - bolsa Erasmus Mundus/União Europeia / 2015), na Universität Tübingen, Alemanha (Projeto Literary Cultures of the Global South / DAAD / 2015 e 2017) e na Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM/2016). Foi vice-coordenador do GT Islam & Media da International Association for Media and Communication Research (IAMCR - 2011/2012); pesquisador visitante (Faperj, 2007/2008) na UFF e no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Portugal (Bolsa CES/2003). Coordenou o Mestrado Interinstitucional (Minter - UFF/UFMA/2009/2011) e o GT Estudos do Jornalismo, na COMPÓS - Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (biênio 2009/2010). Autor do livro Textuações: ficção e fato no Novo Jornalismo de Tom Wolfe (São Paulo: Annablume/Fapesp, 2002).

Roberto Robalinho, Universidade Federal Fluminense

Pós Doutorando em Comunicação no Programa de Pós Graduação em Comunicação no Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF onde desenvolve a pesquisa “Imagem insuportável: território e ação política no Sul Global”. Participou do programa de pós doutorado de excelência Teach@Tübingen na Universidade de Tübingen no 1º semestre de 2018 como professor visitante. Doutor em Comunicação pelo PPGCOM – UFF em 2017, no qual desenvolveu  pesquisa sobre a relação entre imagem, política e produção subjetiva nos protestos de junho de 2013. Mestre  pelo PPGCOM – UFF 2012, sua dissertação de mestrado foi vencedora do prêmio Biblioteca UFF 2012/2013 e foi publicada pela EDUFF com o título de “Miragens da Guerra”. Foi professor substituto do departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense 2013/2014. Dirigiu e editou diversos curtas metragens e desenvolve no momento seu primeiro longa metragem que aborda a geografia social e simbólica do sertão do Guimarães Rosa.

Diego Granja Amaral, Universidade Federal Fluminense

 Doutorando do Programa de Pós Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF) em cotutela com a Universidade de Tübingen (EKUT), Alemanha. Mestre em comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco. É membro do do Laboratório de Experimentação e Pesquisa de Narrativas da Mídia (LAN/UFF). Participa do projeto internacional Literary Cultures of the Global South sob supervisão dos professores Fernando Resende (UFF) e Russell West-Pavlov (EKUT). Pesquisa temas como: narrativa, memória,jogos digitais documentais e temporalidade.

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Filmes

A chave da casa. Direção Stela Grisoti e Paschoal Samora. Brasil, 2009.

BLOOD in the Mobile Direção de Frank Piasecki Poulsen. TV (52min). Dinamarca/Alemanha, 2010.

ERA o hotel Cambridge. Direção de Eliane Café. São Paulo: Aurora Filmes, 1 DVD (93 min.), 2016.

Publicado

2019-12-10

Como Citar

Resende, F., Robalinho, R., & Amaral, D. G. (2019). Quando a imagem é corpo: modos de sobreviver à máquina colonial. Comunicação Mídia E Consumo, 16(47), 480–499. https://doi.org/10.18568/cmc.v16i47.2107