Enquadramentos, cenas dissensuais e o aparecer antierárquico: ação política e resistência em Judith Butler e Jacques Rancière
DOI:
https://doi.org/10.18568/cmc.v18i53.2478Resumo
O artigo apresenta uma possível articulação entre as abordagens de Jacques Rancière e Judith Butler acerca dos modos de aparecimento político de sujeitos vulneráveis em espaços enunciativos de dissenso e demanda por reconhecimento. Argumentamos que, ainda que por caminhos reflexivos distintos, ambos valorizam as resistências que desestabilizam e questionam as ordens hierárquicas as quais definem regimes normativos reguladores das visibilidades e legibilidades que autorizam e validam as experiências dos sujeitos e suas formas de vida. Aparecer é, ao mesmo tempo, a reconfiguração do sensível e a construção de novos quadros de sentido que permitem novas coordenadas de expressão e reconhecimento das vidas precárias. Isso envolve não só a consideração das vulnerabilidades dos corpos em ação, mas também as fabulações e imaginários que redesenham trajetórias sociohistóricas de sobrevivências e lutas por justiça.