O corpo velho como uma imagem com falhas: a moral da pele lisa e a censura midiática da velhice
DOI:
https://doi.org/10.18568/cmc.v9i26.345Palavras-chave:
Velhice, Subjetividade contemporânea, Imagem, VisibilidadeResumo
Na era do “culto ao corpo” e da espetacularização da sociedade, instados a se converter em imagens com contornos bem definidos, os corpos humanos são desencantados de suas potências simbólicas para além dos códigos da “boa aparência”. Nesse contexto e paradoxalmente – meio século após os movimentos de liberação sexual e em plena reivindicação da subjetividade encarnada, com a “expectativa de vida” aumentando sem cessar –, novos tabus e pudores converteram a velhice num estado corporal vergonhoso. Este artigo focaliza as estratégias de censura implícita dos meios de comunicação gráficos e audiovisuais, que evitam mostrar ou retocam as imagens de corpos idosos com técnicas depuradoras e alisadoras, insinuando que ostentá-las espudoradamente equivaleria a praticar uma nova forma de obscenidade, e disseminando essa pedagogia no próprio público