Ser mãe de uma pessoa com transtorno de espectro autista: um estudo sobre representações e estigmas em séries

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18568/cmc.v20i57.2756

Palavras-chave:

Mídia, transtorno autista, mãe, representações

Resumo

As representações midiáticas podem ser capazes de criar e reforçar estigmas e estereótipos. Tal cenário é ainda mais frequente quando se trata de grupos que são socialmente invisibilizados.  Nesta pesquisa o objetivo foi analisar as representações de mães de pessoas com transtorno do espectro autista em séries. Para isso foram analisadas duas séries Atypical e Parenthood, séries de grande alcance e que são apontadas como emblemáticas no que diz respeito à representação de pessoas com transtorno do espectro autista. As análises mostraram que as tramas trazem representações que reforçam que as mães de pessoas com autismo correspondem ao estereótipo de extremamente dedicadas aos filhos, dispostas a abandonar suas vidas pessoais e profissionais e responsáveis por manter a família unida, mesmo quando os pais dizem não conseguir lidar com o diagnóstico.

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Biografia do Autor

Marina Dias Faria, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Pós-Doutora pelo no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (2018-2019). Possui graduação em administração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008), mestrado em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010) e doutorado em Administração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2015). Atualmente é Professora Adjunta da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

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Publicado

2023-04-27

Como Citar

Faria, M. D. (2023). Ser mãe de uma pessoa com transtorno de espectro autista: um estudo sobre representações e estigmas em séries. Comunicação Mídia E Consumo, 20(57). https://doi.org/10.18568/cmc.v20i57.2756

Edição

Seção

Artigos