Ser mãe de uma pessoa com transtorno de espectro autista: um estudo sobre representações e estigmas em séries
DOI:
https://doi.org/10.18568/cmc.v20i57.2756Palavras-chave:
Mídia, transtorno autista, mãe, representaçõesResumo
As representações midiáticas podem ser capazes de criar e reforçar estigmas e estereótipos. Tal cenário é ainda mais frequente quando se trata de grupos que são socialmente invisibilizados. Nesta pesquisa o objetivo foi analisar as representações de mães de pessoas com transtorno do espectro autista em séries. Para isso foram analisadas duas séries Atypical e Parenthood, séries de grande alcance e que são apontadas como emblemáticas no que diz respeito à representação de pessoas com transtorno do espectro autista. As análises mostraram que as tramas trazem representações que reforçam que as mães de pessoas com autismo correspondem ao estereótipo de extremamente dedicadas aos filhos, dispostas a abandonar suas vidas pessoais e profissionais e responsáveis por manter a família unida, mesmo quando os pais dizem não conseguir lidar com o diagnóstico.Downloads
Referências
BALABANIS, G.; MITCHELL, V.; BRUCE, I.; RIEFLER, P. A Conceptual Stress-Coping Model of Factors Influencing Marketplace Engagement of Visually Im-paired Consumers. Journal of Consumer Affairs, v. 46, n. 3, p. 485-505, 2012.
BARRETO, L.; MEDEIROS, C.; PAULA, V. Podem as pessoas com deficiência consu-mir? A ausência de PcDs em peças publicitárias. In: VIII ENCONTRO NACIONAL DE MARKETING DA ANPAD, 2018, Porto Alegre, Anais... Curitiba, 2018.
BASTOS, O.; DESLANDES, S. A experiência de ter um filho com deficiência mental: narrativas de mães. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 9, p. 2141-2150, 2008.
CALVASINA, P.; NOTIONS, M.; JORGE, M.; SAMPAIO, H. Fraqueza de nascença: sentidos e significados culturais de impressões maternas na saúde infantil no Nordeste brasileiro. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p. 75-92, 2007.
CANO, J. La “otredad” femenina: construcción cultural patriarcal y resistencias feminis-tas. Asparkía – Investigació Feminista, v. 29, p. 49-62, 2016.
CARVALHO JÚNIOR, E. (2016), Direitos Humanos, Cidadania e as Relações de Con-sumo no Discurso Midiático. Comunicologia - Revista de Comunicação da Universidade Católica de Brasília, v. 9, n. 2, 2016.
CRISOSTOMO, K.; GROSSI, F.; SOUZA, R. As representações sociais da maternida-de para mães de filhos(as) com deficiência. Revista Psicologia E Saúde, v. 11, n. 3, p. 79-96. 2019.
FARIA, Marina Dias de; CASOTTI, Leticia Moreira. Representações e estereótipos das pessoas com deficiência como consumidoras: o drama dos personagens com deficiência em telenovelas brasileiras. Organizações & Sociedade, v. 21, n. 70, p. 387-404, 2014.
FLORENCIO, Cecília Helena Santiago; FARIA, Marina Dias de. O papel da propagan-da na estigmatização de pessoas com deficiência. Revista Cesumar – Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, v. 26, n. 1, p. 39-52, 2021.
FURTADO, L. A interseccionalidade e o entrecruzamento das identidades estruturais nas interações comunicativas. Culturas Midiáticas, v. 13, n. 1, p. 111-128, 2020.
GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
KITTAY, E. The Ethics of Care, Dependence and disability. Juris, v. 24, n. 1, p. 49-58, 2011.
LIMA, S.; BOTELHO, D. Culpa das mães para com seus filhos e sua relação com decisões de consumo. In: XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE MARKETING DA ANPAD, 2014, Rio de Janeiro, Anais... Rio de Janeiro, 2014.
MARSON, A. Narcisismo materno: quando meu bebê não vai para casa... Rev. SBPH, v. 11, n. 1, 2008.
MENDES, K.; CARTER, C. Feminist and gender media studies: a critical overview. Sociology Compass, v. 2, n. 6, p. 1701-1718, 2008.
MENESES, V.; MIRANDA, C. Reflexões sobre a cultura da imagem e o imaginário feminino na publicidade. Revista Observatório, v. 1, n. 1, p. 171-193, 2015.
MORAES, R. Análise de conteúdo. Revista Educação, v. 22, n. 37, p. 7-32, 2019. PINHEIRO, C.; BARTH, M.; NUNES, R. Televisão e serialidade: formatos, distribuição e consumo. Cadernos de comunicação, v. 20, n. 2, 2016.
PINTO, A. M. B. R. Ser mãe de uma criança com Trissomia 21: sentimentos e expectati-vas. 2011. Dissertação (Mestrado em Ciências da Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal, 2011.
PINTO, R.; TORQUATO, I.; COLLET, N.; FEICHERT, A.; NETO, V.; SARAIVA, A. Autismo infantil: impacto do diagnóstico e repercussões nas relações familiares. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 37, 2016.
RODRIGUES, A. I. As representações das homossexualidades na publicidade e pro-paganda veiculadas na televisão brasileira: um olhar contemporâneo das últimas três décadas. Tese (Doutorado em Comunicação e Informação) - Faculdade de Biblioteco-nomia e Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
SCORALICK, K. Telenovela brasileira: fascínio, projeção e identificação. Revista Ge-minis, v. 1, n. 1, 68-81, 2010.
SILVA, A.; PASSOS, L.; FREITAS, R. A representatividade feminina em séries: Uma breve análise sobre a personagem Miranda Bailey de Greys Anatomy. In: 41° CON-GRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO (Intercom), 2018, Joinville. Anais..., Joinville, 2018.
SILVA, A.; FOSSÁ, M. Análise de conteúdo: exemplo de aplicação da técnica para aná-lise de dados qualitativos. Qualitas Revista Eletrônica, v. 17, n. 1, 2015.
SILVEIRINHA, M. Comunicação, Representação e Identidade. In: COREIA, J. C.; AMARAL, I. (Orgs.). De que falamos quando dizemos “Jornalismo”. Covilhã (PT): Edi-tora LabCom, 2021. p. 149-175.
TABATABAI, A. Mother of a person: neoliberalismo and narratives of parenting chil-dren with disabilities. Disabilityand Society, v. 35, n. 1, 2020.
TONDATO, M. P. Cultura e ideologia na atribuição de significados aos produtos televisivos. Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, v. 7, n. 4, p. 124-136, 2007.