MEME
Análise dos rastros de uma micro-ação discursiva
DOI:
https://doi.org/10.18568/cmc.v20i58.2843Palavras-chave:
Homo digitalis, Meme, Modo de existência, Produção de subjetividade, Teoria ator-redeResumo
O objetivo deste artigo é descrever o meme como uma das micro-ações discursivas articuladas na mediação da realidade, cujo efeito subjetivo específico é o contágio. Recorremos a uma análise comparativa entre os riscos de fabricar o mundo digital assumidos pelo homo digitalis; e os riscos de fabricar o mundo subterrâneo assumidos pelos indivíduos de Fragmentos de uma história futura, obra literária de Gabriel Tarde (2014). Assim, sob a orientação da teoria ator-rede (LATOUR, 2019), defendemos que o meme, longe de ser uma postagem, uma imagem, uma piada ou o remix disso, embora atravesse tudo isso como uma rede homogênea, é um continente do discurso; é uma resposta da linguagem para um problema referente a criação e manutenção de grupos nas condições sociotécnicas das relações digitais.
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