O imaginário e a hipostasia da Comunicação
DOI:
https://doi.org/10.18568/cmc.v10i29.558Palavras-chave:
Comunicação, Imaginário, Escola de Grenoble, Teoria da ComunicaçãoResumo
Este artigo busca revisar as definições e indefinições da noção de imaginário e simbólico e relacionar seus limites e seu alcance dentro da pesquisa em Comunicação. Equacionam-se as dificuldades de abordagem pela Comunicação da noção de trajeto do sentido que, herdada da Escola de Grenoble, embasa a Teoria do Imaginário. Verifica-se que a Comunicação não dá conta de estudar a catalisação de imaginários e o fabrico de imagens simbólicas presentes nos fenômenos comunicacionais, não só pela inadequação de um processo descrito em termos de emissor - mensagem - receptor, mas sobretudo pela suposta autoevidência do imaginário e do simbólico como manifestos na linguagem, desembocando numa redução do imaginário aos seus sintomas sociais.
Downloads
Referências
BACHELARD, G. A água e os sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.
________. A poética do devaneio. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
________. A psicanálise do fogo. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
BADIA, D. D. Imaginário e ação cultural: as contribuições de Gilbert Durand e da Escola de
Grenoble. São Paulo, ECA-USP, 1993. Dissertação de mestrado.
BARROS, A. T. M. P. Communication et imaginaire: savoirs archaïques, pratiques contemporaines.
Sociétés, n. 115, p. 95-104, 2012.
BOURDIEU, P. Sobre o poder simbólico. In: O poder simbólico. Lisboa: DIFEL, 1989.
CASSIRER, E. A filosofia das formas simbólicas. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
CASTORIADIS, C. A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
CORBIN, H. L’home et son ange. Paris: Fayard, 1983.
DURAND, G. A imaginação simbólica. Lisboa: Edições 70, 2000.
________. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral.
São Paulo: Martins Fontes, 1997.
________. Figures mythiques et visages de l’oeuvre. In: La sortie du XXe siècle. Paris:
CNRS Éditions, 2010. p. 187-504.
________. Les grands changements ou l’après Bachelard. In: Cahiers de l’Imaginaire:
l’Imaginaire dans les sciences et les arts. Toulouse: Privat, 1988.
________. Le retour des dieux. Cles, 2001. Disponível em: <http://www.cles.com/debats-
-entretiens/article/le-retour-des-dieux>. Acesso em: 18 jan. 2013.
________. Structures Éranos I. Paris: La Table Ronde, 2003.
KANT, E. Crítica da razão pura. São Paulo: Nova Cultural, 2005.
LACAN, J. Autres écrits. Paris: Éditions du Seuil, 2001.
________. O simbólico, o imaginário e o real. Discurso pronunciado em julho de 1953, na
fundação da Societé Française de Psychanalyse. Disponível em: <http://lacan.orgfree.
com/lacan/textos/simbolicoimaginarioreal.htm>. Acesso em: 20 nov. 2012.
LÉVI-STRAUSS, C. O pensamento selvagem. Campinas: Papirus, 2011.
LUHMANN, N. A improbabilidade da comunicação. Lisboa: Vega, 1992.
MAFFESOLI, M. Du nomadisme: vagabondages initiatiques. Paris: Le Livre de Poche, 1997.
_______. Elogio da razão sensível. Petrópolis: Vozes, 1998.
_______. Homo eroticus. Des communions émotionnelles. Paris: CNRS Éditions, 2012.
_______. O conhecimento comum. Porto Alegre: Sulina, 2007.
MON Oncle. Direção: Jacques Tati. Les Films de Mon Oncle, 2005. 1 DVD (109 min).
RICOEUR, P. Conflito das interpretações. Rio de Janeiro: Imago, 1978.
SERRA, J. P. Manual de teorias da Comunicação. Covilhã: Livros Labcom, 2007.
WUNENBURGER, J. J. L’imagination, mode d’emploi? Paris: Manucius, 2011.
_______. La vie des images. Strasbourg: Presses Universitaires de Strasbourg, 1995.