O monstro que não se vê e a cultura da participação em Bird Box

Autores

  • Fernanda Manzo Ceretta Doutora, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), 2018. Afiliação: sem afiliação no momento.
  • Silvio Antônio Luiz Anaz Doutor, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), 2013. Afiliação: FIAM-FAAM Centro Universitário, Departamento de Comunicação, Mestrado Profissional em Jornalismo.

DOI:

https://doi.org/10.18568/cmc.v16i47.2060

Palavras-chave:

Bird Box, monstro, imagem sonora, imaginário, cultura da participação

Resumo

Bird Box, filme de terror e um dos maiores sucessos da Netflix, tem entre os protagonistas um monstro cuja imagem não é revelada. Tal estratégia narrativa resulta em amplo engajamento da audiência, que busca preencher a lacuna deixada no processo de criação do filme. Neste artigo, analisamos como a construção da ideia do monstro se dá também por meio de recursos não visuais, sobretudo sonoros, e é complementada por um imaginário que explora o tema do apocalipse, a metáfora da cegueira e a oposição arquetípica claro-escuro. A investigação fundamenta-se nas relações imagem-som propostas por Altman e Iazzetta e na teoria do imaginário de Durand. Os resultados mostram como esses elementos fomentam o engajamento da audiência, convergindo para a ideia de cultura da participação de Jenkins.

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Biografia do Autor

Fernanda Manzo Ceretta, Doutora, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), 2018. Afiliação: sem afiliação no momento.

Doutora e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP sob orientação da Profa. Dra. Lúcia Leão, Bacharel em Rádio e TV pela Universidade Anhembi Morumbi (2008). Atuou como docente na Graduação em Rádio e TV da Universidade Anhembi Morumbi e é membro do grupo de pesquisa Comunicação e Criação nas Mídias, certificado pelo CNPQ. Possui experiência em sonoplastia de games mobile (TFG co) e produção de webséries (8KA Produções)

Silvio Antônio Luiz Anaz, Doutor, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), 2013. Afiliação: FIAM-FAAM Centro Universitário, Departamento de Comunicação, Mestrado Profissional em Jornalismo.

Pós-doutorado em Meios e Processos Audiovisuais na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (Bolsista FAPESP). Pesquisador visitante na School of the Arts, Media, Performance & Design da York University (Bolsista FAPESP). Doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pesquisador dos grupos de pesquisa Comunicação e Criação em Mídias, da PUC-SP, e Midiato - Grupo de Estudos de Linguagem: Práticas Midiáticas, da USP. Graduado em Comunicação Social pela ECA/USP e Mestre em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi coordenador de atividades artísticas e culturais no SESI-SP e editor do site HowStuffWorks no Brasil. Trabalhou como jornalista na Folha de S. Paulo e Gazeta Mercantil. Professor no Mestrado Profissional em Jornalismo no FIAM FAAM. Experiência na área de comunicação e cultura, com atuação principalmente em comunicação e artes (cinema e TV), semiótica, teorias da comunicação, jornalismo e crítica cultural.

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Publicado

2019-12-10

Como Citar

Ceretta, F. M., & Anaz, S. A. L. (2019). O monstro que não se vê e a cultura da participação em Bird Box. Comunicação Mídia E Consumo, 16(47), 555–577. https://doi.org/10.18568/cmc.v16i47.2060